1. A possessão por agentes espirituais
O capítulo 2 do livro sobre espíritos vivos, tradições modernas procura desenvolver o significado da possessão pelos espíritos entre os grupos Tsongas, do sul de Moçambique.
De acordo com Honwana (2002), a possessão pelos espíritos consiste num estado particular em que o indivíduo experimenta a separação temporária da sua própria essência e identidade. Ainda no âmbito desse conceito, Firth (apud Honwana, 2002) refere que esta é uma forma de transe em que as acções comportamentais de uma pessoa são interpretadas como prova do controlo do seu comportamento por um espírito normalmente exterior a si próprio.
Na temática sobre o significado da possessão pelos espíritos, Honwana (2002) refere que aquando da morte de um indivíduo, crê-se que o seu espírito permanece como manifestação do seu poder, personalidade e conhecimento na sociedade. Portanto, esses espíritos ainda exercem uma influência significativa na vida dos vivos, sendo por isso a necessidade de se criar uma harmonia com estes e seguir suas vontades.
Honwana (2002) afirma existir uma certa hierarquia nesses espíritos, baseada no grau de poder e importância que tinham quando em vida. Assim, os espíritos mais importantes são os dos anciãos, devido, poi em vida detinham posições superiores, o que faz do mundo espiritual uma continuação do mundo dos vivos. A principal função desses espíritos é orientar e controlar os vivos, fertilizar as mulheres e as terras, dar saúde, riqueza, doença ou pobreza.
Os espíritos são deuses, localmente denominados de Swikwembo (em Tsonga). Este termo, etimologicamente é composta por dois elementos: o prefixo swi (plural) e xikwembo (deus).
De acordo com Honwana (2002), ainda nesta temática acredita-se que os espíritos são como bebés e, tal como estes, se encontram próximos da natureza, não possuem consciência social humana, de tal modo que não se pode discutir com eles, tem que ser tratados com carinho e amor, são como antepassados que regressam à vida.
Esta autora refere que antes da interpenetração dos grupos Nguni e Ndau, no século XIX, existiam entre os Tsongas apenas dois tipos de tinyanga: nyanga (praticantes de medicina tradicional “curandeiros” não possuídos pelos espíritos) e os nyangarume (possuídos por espíritos tinguluve, também conhecidos por malhongas) são especialistas em medicina à base de plantas para adivinharem, curarem e combaterem a magia e a feitiçaria mas sem entrarem em transe.
A segunda divisão do capítulo, Honwana (2002) procura abordar a história da interpenetração dos Tsongas com os grupos Nguni e Ndau e os resultados consequentes. Assi, refere-se que durante o Mfekane os Nguni do Natal se separaram do estado Zulo de Shaka e emigraram para Moçambique, monde conquistaram e dominaram os povos encontrados pelo caminho, até criar-se o Estado de Gaza, no sul de Moçambique, entre os Tsongas.
No estado de Gaza, as memórias relativas a vida religiosa referem a diferentes tipos de praticantes religiosos tradicionais das três formações sociais: os Nguni (mungoma ou ngoma), os Ndau (nyamusoro) e os Tsongas (nyanga e nyangarume).
Honwana (2002), afirma que para além de lidarem com a gestão da doença, parte dos praticantes da medicina tradicional são especialistas na neutralização de espíritos maus (os mulhiwa ou xipoko). Estes swikwembo são os espíritos de pessoas cuja morte foi provocada por acções antissociais de magia ou feitiçaria e, geralmente manipulados pelos valoyi-feiticeiros, nas suas acções contra membros da comunidade (Binford, apud Honwana, 2002).
Sobre a encarnação de espíritos não-linhageiros, a autora refere que a interação entre vários grupos deu lugar a um novo tipo de praticantes da medicina tradicional: o nyamussoro, o qual incorpora os três tipos de seres espirituais (Nguni, Ndau e Tsonga) combinando os seus poderes e funções. Assim, o nyamussoro é o nome original do praticante Ndau de medicina tradicional.
Segundo Honwana (2002), o nyamussoro é um termo Ndau e pode dividir-se etimologicamente em três elementos: o afixo nya, o morfema mu e a raiz soro. Sendo assim, o nya é um prefixo de posse, o um morfema de classe 1 nas línguas Bantu, referente ao singular de seres humanos e animais e objectos personificados, por último o soro é um lexema, raiz que adquire significado ao ser precedida por um morfema (o mu).
O nyamussoro detém conhecimento que lhe fornece poder transmitido pelos antepassados através do processo de possessão. É simultaneamente adivinho e ervanário, possuído por espíritos linhageiros dos tsongas-tinguluve ou malhonga e pelos espíritos não-linhageiros pertencentes aos povos Nguni e Ndau. Este tem por função a adivinhação através do transe e dos ossículos; o exorcismo (kufemba) e a cura de várias doenças através do uso de plantas medicinais.
Honwana refere que o vanyamussoro são praticantes da medicina tradicional Tsonga que absorveram os espíritos estrangeiros Ndau e Ngni nas suas crenças e práticas. Essa absorção e integração dos espíritos é feita através do casamento e do fenómeno mpfhukwa (acordado, ressuscitar). Entretanto, a posse pelos espíritos Ndau é feita por mpfhukwa, pois poucos Tsongas estabeleceram ligação matrimonial com os Ndau.
Os espíritos mipfhukwa, também conhecidos por swikwembo swa matlhari (espíritos das armas, da guerra) são de militares estrangeiros mortos nas guerras Nguni e, a estes é reconhecida a capacidade de ressuscitar para exercer vingança, provocando doenças ou matando os descendentes dos que os mataram ou maltrataram em vida, ou apenas pedir protecção.
A explicação para a sua aparição relaciona-se ao facto de estes não terem sido enterrados devidamente, provocando amargura. Este aparecimento é tipicamente Ndau e a capacidade de ressurgir vinda de uma planta chamada muhuko. A forma de restabelecimento do equilíbrio com estes espíritos parte da exigência destes pela construção de um ndhumbha (palhota de espíritos), uma rapariga virgem para virar esposa dos espíritos, uma cabra ou vaca para a reprodução, às vezes dinheiro.
Relação entre seres espirituais
De acordo com as pesquisa relaizadas pelo cientista Mahumana, Os espiritos relacionam-se uns com os outros, assim como com os seus hospedeiros humanos, reprodunzindo talvez nalguns caso as formas de interação e relacionamentos humanos. As relações que estabelcem são entre espiritos linhageiros e tinguluve- e os espiritos não linhageiros-vanguluve e vandau que coabitam o mesmo individuo.
Como é que os espiritos se relacionam uns com os outros?
de acordo com Mahumana cintando Joel Cuna a relação entre os espiritosé uito estreita apartir do momento em que os espiritos vnguni e vandau deixam de ser estrageiros, pois contraím casamento, obtendo uma nsati- wa swikwembu. E quando os espiritos aparecem em uma midium aparecem obedecendo uma certa ordem ordem hierarquica onde geralmente são os espiritos vandau os primeiros aparecer por serem mais poderosos em determento dos outros e isso é um indicio que os espiritos se comunicam ou se relacionam entre eles.
Charlatanismo: a fraude aceite?
Receonhece a existencia de charlatões na área de medicina tradicional e esse fenomeno é mais facil de se identificar nas zonas rurais do que nas cidades pelo facto de nas zonas rurais se cnhecerem quase todos e como que eles trabalham.
Acreditasse que o charlatanismo tenha surgido devido a situação de crise social e economica no país, pois os individuos teram visto na profissão uma forma de aliviar os seus problemas sociais e economicas, alias essa mesma crise segundo Mahumana deixa as pessoas vulneraveis a estorção a medida que vão procurar desespedamente por um refugio e coragem no mundo metafisico.
Como forma de evitar cair emdiagnosticos de charlatões o Mahumana acnselha a procurar diferentes medicos tradicioanais para ver diferentes pontos de vistas e escolher aquele que achar mais conveniente ou apropriado contudo esse metodo poder gerar três consequencias primeira dilui o conhecimento e poderes dos nyangas, o cliente ter que pagar dua a três consultas e apresentar diagnosticos menos precisos e mais vagos por forma a acomodar as expectativas do doente e agarantir o seu retorno no futuro.
Existe duas formas de possessão, a primeira é desencadeada por possessão Central e a segunda por Periférica, maioritariamente a função do nyamusoro é exercida pelas mulheres do que os homens, isto deve-se ao facto de os espíritos estrangeiros entrarem nas famílias através das mulheres, onde o espírito não-linhageiro contraí matrimónio com uma rapariga virgem (nsati wa xikwembu) e, em muitos casos, ela fica possuída tornando-se, por consequência uma praticante de medicina tradicional (Honwana., 2002).
Earthy (1933) citado por Honwana (2002), indica que o nyamusoro-Ndau era exclusivamente um tipo e praticante de medicina tradicional do sexo feminino. Ernesto Tembe disse que os svikwembu swa mathlári (espíritos da guerra) eram maioritariamente de rapazes jovens que entraram para o exército antes de casarem.
Lewis (1971) nos seus estudos assinala que na possessão periférica os espíritos que possuem a mulheres e outros grupos são usados como estratégias indirectas do ataque, visando chamar atenção, reparar injustiças e reclamar concessões aos seus superiores.
Os cultos da posse, no contexto do Sul de Moçambique, envolvem tanto homens como mulheres, quer iniciados, quer adivinhos, médiuns e curandeiros profissionais, e a posse pelos espíritos tem como finalidade dar tinyanga (praticantes de medicina tradicional) as comunidades.
Os espíritos bons (tinguluwe, vanguni e vandau), o indivíduo possuído é sujeito a uma iniciação e torna-se nyamusoro ou nyangarume, os espíritos maus ( mudhiwa ou xipoko), os espíritos possuidores têm que ser exorcizados, porque creia se que eram frutos de magia negra e feitiçaria.
A possessão central, encontrava se homens importantes em competição por posições de poder e autoridade através da posse por espíritos locais que sustém directamente a moralidade pública, e os espíritos locais tinguluwe com estes espíritos estrangeiros vanguni e vandau deu origem ao novo praticante da medicina tradicional o nyamusoro.
O capítulo 2 do livro sobre espíritos vivos, tradições modernas procura desenvolver o significado da possessão pelos espíritos entre os grupos Tsongas, do sul de Moçambique.
De acordo com Honwana (2002), a possessão pelos espíritos consiste num estado particular em que o indivíduo experimenta a separação temporária da sua própria essência e identidade. Ainda no âmbito desse conceito, Firth (apud Honwana, 2002) refere que esta é uma forma de transe em que as acções comportamentais de uma pessoa são interpretadas como prova do controlo do seu comportamento por um espírito normalmente exterior a si próprio.
Na temática sobre o significado da possessão pelos espíritos, Honwana (2002) refere que aquando da morte de um indivíduo, crê-se que o seu espírito permanece como manifestação do seu poder, personalidade e conhecimento na sociedade. Portanto, esses espíritos ainda exercem uma influência significativa na vida dos vivos, sendo por isso a necessidade de se criar uma harmonia com estes e seguir suas vontades.
Honwana (2002) afirma existir uma certa hierarquia nesses espíritos, baseada no grau de poder e importância que tinham quando em vida. Assim, os espíritos mais importantes são os dos anciãos, devido, poi em vida detinham posições superiores, o que faz do mundo espiritual uma continuação do mundo dos vivos. A principal função desses espíritos é orientar e controlar os vivos, fertilizar as mulheres e as terras, dar saúde, riqueza, doença ou pobreza.
Os espíritos são deuses, localmente denominados de Swikwembo (em Tsonga). Este termo, etimologicamente é composta por dois elementos: o prefixo swi (plural) e xikwembo (deus).
De acordo com Honwana (2002), ainda nesta temática acredita-se que os espíritos são como bebés e, tal como estes, se encontram próximos da natureza, não possuem consciência social humana, de tal modo que não se pode discutir com eles, tem que ser tratados com carinho e amor, são como antepassados que regressam à vida.
Esta autora refere que antes da interpenetração dos grupos Nguni e Ndau, no século XIX, existiam entre os Tsongas apenas dois tipos de tinyanga: nyanga (praticantes de medicina tradicional “curandeiros” não possuídos pelos espíritos) e os nyangarume (possuídos por espíritos tinguluve, também conhecidos por malhongas) são especialistas em medicina à base de plantas para adivinharem, curarem e combaterem a magia e a feitiçaria mas sem entrarem em transe.
A segunda divisão do capítulo, Honwana (2002) procura abordar a história da interpenetração dos Tsongas com os grupos Nguni e Ndau e os resultados consequentes. Assi, refere-se que durante o Mfekane os Nguni do Natal se separaram do estado Zulo de Shaka e emigraram para Moçambique, monde conquistaram e dominaram os povos encontrados pelo caminho, até criar-se o Estado de Gaza, no sul de Moçambique, entre os Tsongas.
No estado de Gaza, as memórias relativas a vida religiosa referem a diferentes tipos de praticantes religiosos tradicionais das três formações sociais: os Nguni (mungoma ou ngoma), os Ndau (nyamusoro) e os Tsongas (nyanga e nyangarume).
Honwana (2002), afirma que para além de lidarem com a gestão da doença, parte dos praticantes da medicina tradicional são especialistas na neutralização de espíritos maus (os mulhiwa ou xipoko). Estes swikwembo são os espíritos de pessoas cuja morte foi provocada por acções antissociais de magia ou feitiçaria e, geralmente manipulados pelos valoyi-feiticeiros, nas suas acções contra membros da comunidade (Binford, apud Honwana, 2002).
Sobre a encarnação de espíritos não-linhageiros, a autora refere que a interação entre vários grupos deu lugar a um novo tipo de praticantes da medicina tradicional: o nyamussoro, o qual incorpora os três tipos de seres espirituais (Nguni, Ndau e Tsonga) combinando os seus poderes e funções. Assim, o nyamussoro é o nome original do praticante Ndau de medicina tradicional.
Segundo Honwana (2002), o nyamussoro é um termo Ndau e pode dividir-se etimologicamente em três elementos: o afixo nya, o morfema mu e a raiz soro. Sendo assim, o nya é um prefixo de posse, o um morfema de classe 1 nas línguas Bantu, referente ao singular de seres humanos e animais e objectos personificados, por último o soro é um lexema, raiz que adquire significado ao ser precedida por um morfema (o mu).
O nyamussoro detém conhecimento que lhe fornece poder transmitido pelos antepassados através do processo de possessão. É simultaneamente adivinho e ervanário, possuído por espíritos linhageiros dos tsongas-tinguluve ou malhonga e pelos espíritos não-linhageiros pertencentes aos povos Nguni e Ndau. Este tem por função a adivinhação através do transe e dos ossículos; o exorcismo (kufemba) e a cura de várias doenças através do uso de plantas medicinais.
Honwana refere que o vanyamussoro são praticantes da medicina tradicional Tsonga que absorveram os espíritos estrangeiros Ndau e Ngni nas suas crenças e práticas. Essa absorção e integração dos espíritos é feita através do casamento e do fenómeno mpfhukwa (acordado, ressuscitar). Entretanto, a posse pelos espíritos Ndau é feita por mpfhukwa, pois poucos Tsongas estabeleceram ligação matrimonial com os Ndau.
Os espíritos mipfhukwa, também conhecidos por swikwembo swa matlhari (espíritos das armas, da guerra) são de militares estrangeiros mortos nas guerras Nguni e, a estes é reconhecida a capacidade de ressuscitar para exercer vingança, provocando doenças ou matando os descendentes dos que os mataram ou maltrataram em vida, ou apenas pedir protecção.
A explicação para a sua aparição relaciona-se ao facto de estes não terem sido enterrados devidamente, provocando amargura. Este aparecimento é tipicamente Ndau e a capacidade de ressurgir vinda de uma planta chamada muhuko. A forma de restabelecimento do equilíbrio com estes espíritos parte da exigência destes pela construção de um ndhumbha (palhota de espíritos), uma rapariga virgem para virar esposa dos espíritos, uma cabra ou vaca para a reprodução, às vezes dinheiro.
Relação entre seres espirituais
De acordo com as pesquisa relaizadas pelo cientista Mahumana, Os espiritos relacionam-se uns com os outros, assim como com os seus hospedeiros humanos, reprodunzindo talvez nalguns caso as formas de interação e relacionamentos humanos. As relações que estabelcem são entre espiritos linhageiros e tinguluve- e os espiritos não linhageiros-vanguluve e vandau que coabitam o mesmo individuo.
Como é que os espiritos se relacionam uns com os outros?
de acordo com Mahumana cintando Joel Cuna a relação entre os espiritosé uito estreita apartir do momento em que os espiritos vnguni e vandau deixam de ser estrageiros, pois contraím casamento, obtendo uma nsati- wa swikwembu. E quando os espiritos aparecem em uma midium aparecem obedecendo uma certa ordem ordem hierarquica onde geralmente são os espiritos vandau os primeiros aparecer por serem mais poderosos em determento dos outros e isso é um indicio que os espiritos se comunicam ou se relacionam entre eles.
Charlatanismo: a fraude aceite?
Receonhece a existencia de charlatões na área de medicina tradicional e esse fenomeno é mais facil de se identificar nas zonas rurais do que nas cidades pelo facto de nas zonas rurais se cnhecerem quase todos e como que eles trabalham.
Acreditasse que o charlatanismo tenha surgido devido a situação de crise social e economica no país, pois os individuos teram visto na profissão uma forma de aliviar os seus problemas sociais e economicas, alias essa mesma crise segundo Mahumana deixa as pessoas vulneraveis a estorção a medida que vão procurar desespedamente por um refugio e coragem no mundo metafisico.
Como forma de evitar cair emdiagnosticos de charlatões o Mahumana acnselha a procurar diferentes medicos tradicioanais para ver diferentes pontos de vistas e escolher aquele que achar mais conveniente ou apropriado contudo esse metodo poder gerar três consequencias primeira dilui o conhecimento e poderes dos nyangas, o cliente ter que pagar dua a três consultas e apresentar diagnosticos menos precisos e mais vagos por forma a acomodar as expectativas do doente e agarantir o seu retorno no futuro.
Existe duas formas de possessão, a primeira é desencadeada por possessão Central e a segunda por Periférica, maioritariamente a função do nyamusoro é exercida pelas mulheres do que os homens, isto deve-se ao facto de os espíritos estrangeiros entrarem nas famílias através das mulheres, onde o espírito não-linhageiro contraí matrimónio com uma rapariga virgem (nsati wa xikwembu) e, em muitos casos, ela fica possuída tornando-se, por consequência uma praticante de medicina tradicional (Honwana., 2002).
Earthy (1933) citado por Honwana (2002), indica que o nyamusoro-Ndau era exclusivamente um tipo e praticante de medicina tradicional do sexo feminino. Ernesto Tembe disse que os svikwembu swa mathlári (espíritos da guerra) eram maioritariamente de rapazes jovens que entraram para o exército antes de casarem.
Lewis (1971) nos seus estudos assinala que na possessão periférica os espíritos que possuem a mulheres e outros grupos são usados como estratégias indirectas do ataque, visando chamar atenção, reparar injustiças e reclamar concessões aos seus superiores.
Os cultos da posse, no contexto do Sul de Moçambique, envolvem tanto homens como mulheres, quer iniciados, quer adivinhos, médiuns e curandeiros profissionais, e a posse pelos espíritos tem como finalidade dar tinyanga (praticantes de medicina tradicional) as comunidades.
Os espíritos bons (tinguluwe, vanguni e vandau), o indivíduo possuído é sujeito a uma iniciação e torna-se nyamusoro ou nyangarume, os espíritos maus ( mudhiwa ou xipoko), os espíritos possuidores têm que ser exorcizados, porque creia se que eram frutos de magia negra e feitiçaria.
A possessão central, encontrava se homens importantes em competição por posições de poder e autoridade através da posse por espíritos locais que sustém directamente a moralidade pública, e os espíritos locais tinguluwe com estes espíritos estrangeiros vanguni e vandau deu origem ao novo praticante da medicina tradicional o nyamusoro.