sexta-feira, 19 de maio de 2017

Desafios da actuação do Psicólogo em África


  1. Introdução
Os fenómenos existenciais da humanidade incluindo os psicológicos, em África são interpretados com b011).
A psicologia ocidental durante muito tempo tem-se mostrado em algumas situações não eficiente para resolver os problemas psicológicos Africanos, devido as diferenças culturais entre o Ocidente e a África, e as leis humanas que regem o povo africano em particular o Moçambicano, (Sabune, 2011).
O pensamento ocidental sempre procurou manipular a identidade colocando sempre o africano como um ser não pensante, alegando que o africano era primitivo, supersticioso, não civilizado, sem história, (Sabune, 2011).
Assim como a psicologia ocidental, a psicologia africana deve abordar temas como o bem-estar, cultura, personalidade, aquisição da linguagem, o comportamento humano, construção da família, a atitude de se relacionar com o outro, (Sabune, 2011).
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Perspectivas Africanas dos Fenómenos Psicológicos, como forma de fazer menção a interpretação dos fenómenos psicológicos, visto que não há povo sem cultura. Na antiguidade os fenómenos psicológicos do povo africano eram interpretados e tratados com base cultural, isto é através da medicina tradicional.
Assim sendo a psicologia em África ainda é um grande desafio, pois a saúde mental é considerada como uma área da medicina que se dedica ao tratamento de doentes mentais “malucos”.
O mesmo tem como objectivo geral: Compreender os desafios que a Psicologia Africana tem no mundo contemporâneo, tendo em conta que esta tem suas origens no ocidente. E objectivos Especificos: analisar os fenómenos psicológicos africanos fazendo uma relação com o mundo da globalização, e explicar até que ponto essa globalização afecta a cultura Africana, particularmente em Moçambique.
O trabalho tem como estrutura, introdução, surgimento da psicologia como ciência, historial da psicologia africana, colonização da psicologia africana, componentes da psicologia africana, teoria e terapia da psicologia africana, interpretação dos fenómenos psicológicos em áfrica, desafios da actuação da psicologia em áfrica, relação do tema com a cadeira, conclusão e referências bibliográficas.

Para elaboração do mesmo recorreu-se a manuais que abordam o tema, alguns artigos da Internet, e discussão intragrupal.



  1. Surgimento da psicologia como ciência


Teles (2003) define a psicologia como a ciência que busca compreender o homem e seu comportamento, para facilitar a convivência consigo próprio e com o outro.
De acordo com Barbosa (2012), Desde a Grécia antiga que o homem teve a necessidade de se conhecer. Alguns filósofos preocupavam-se em definir a relação do homem com o mundo através da percepção. William James John Watson, Pavlov e Wundt deram a sua contribuição para o desenvolvimento científico da psicologia com várias teorias, entre elas podemos referir o Behaviorismo, o Estruturalismo, a Psicanálise e o Construtivismo.
O estruturalismo é defendido por Wundt e vai de encontro com a organização estrutural dos processos mentais que se associam. Wundt procurou decompor a mente nos seus elementos simples, as sensações. Médico, filósofo e psicólogo, Whundt é considerado um dos fundadores da psicologia moderna. Desta forma a psicologia surge como um ramo da filosofia sendo o primeiro ramo especifico a seguir. Foi no século XIX com Wundt que a psicologia afirmou como ciência, Wundt foi o criador do primeiro laboratório de psicologia em 1879 e nele foram medidas e classificadas as sensações no seu aspecto visual, táctil, olfactivo e cenestésico.

  1. Historial da Psicologia Africana

Alguns autores como, Ignácio Martí-Baró, Wade Nobles e Akbar por exemplo, não concordam com a visão dos psicólogos Afro-americanos quanto a representatividade da psicologia Euro-americana como uma psicologia que pode ser universalmente representativa.
Eles partem de principio que os brancos que estudaram o passado dos africanos acabaram distorcendo a história negra, as práticas religiosas e os costumes eram tidos como superstição. Os cristãos olharam para os Africanos como pagãos e assim bombardearam com ideais negativas a cultura negra, obrigando-os a adotar a cultura europeia. Deste modo os verdadeiros escritores e poetas de África foram emudecidos pelo fato da Psicologia ter sido importada como uma coisa já feita no Ocidente.
Posto as críticas feitas pelos intelectuais Africanos, devemos destacar outro ponto ao qual os mesmos dão uma maior ênfase, que é revelar a verdadeira cultura negra, a própria holística do africano.
Enfatiza-se o fato de que o ser humano precisa ser considerado como sendo um todo, no entendimento africano não somos apenas racionais mas também afetuosos. Assim podemos concluir que o individuo não pode ser estudado isoladamente do seu contexto histórico, social e geográfico, (Cardoso, 2008).
Segundo Cardoso (2008), os brancos recebem a colonização mental passivamente, pois os mesmos vivem uma condição de supervalorização enganosa de sua aparência na ideia imposta sobre o ser branco. Isto impede o individuo de reconhecer outras formas de ser e de viver o mundo que é igual para todos. Sem esta concepção os brancos recusam reconhecer a humanidade do outro, neste caso indígenas e afrodescendentes. Estas pessoas perderam a capacidade de reconhecer que o outro pode ser diferente mas nem por isso deixa de ser humano.

A Psicologia Africana contou com o contributo do Fanon que foi um psiquiatra que reflectiu acerca da aplicação de princípios psicológicos na África contemporânea. A contribuição de Fanon não se cingiu apenas em aspectos ligados ao colonialismo mas também aos efeitos que a própria colonização causou ao africano. Ele trabalhou com a psicologia das pessoas colonizadas (antes e depois), como também com a psicologia da mentalidade colonial. As contribuições de Fanon ocorreram durante os anos cinquenta e inicio dos anos sessenta, e estas iluminaram o africano rumo a descolonização, pois, neste período muitos países colonizados lutavam pela libertação nacional, (Sandes, 2011).
Ele rejeitou o foco ontogenético de Freud no complexo de édipo, e propôs uma perspectiva sociogenética, enfatizando a importância de factores culturais e sociológicos do comportamento (Fanon citado por Sabune, 2011).


De acordo com Sandes (2011), em Freud, o complexo de Édipo é o núcleo constitucional da subjectividade. Foi neste núcleo que Freud estabeleceu o elo para sua analogia entre o desenvolvimento da libido individual e o desenvolvimento da civilização do indivíduo, realizando uma extensão da psicologia individual à psicologia das massas.
Fanon também discordou com a concepção da inconsciência colectiva de Jung, discutindo que esta era uma questão filogenética de disposições herdadas, afirmando que a inconsciência colectiva, recorrendo ou não aos genes, é pura e simplesmente a soma de preconceitos, mitos, atitudes colectivas de um determinado grupo. (Fanon citado por Sabune, 2011).

Segundo Jung citado por Modelli (2009), o inconsciente colectivo, possuía sentimentos, pensamentos e recordações que condicionavam cada sujeito (desde seu nascimento), inclusive, em sua forma de simbolizar os sonhos. Ou seja, o modo preferencial de uma pessoa reagir ao mundo deve-se dentre outras, a herança genética, as influências familiares e as experiências que o indivíduo teve ao longo de sua vida.
A sociogénese de Fanon poderá sugerir uma afinidade mais íntima a Adler do que a do Freud e Jung. Porém, ele não está totalmente de acordo com Adler. Embora a psicologia de Adler considera factores sócio patogénicos no desenvolvimento de problemas de saúde mental, a sua psicologia continua centrada na dinâmica de egos distintos dentro da família, sem incorporar a família num contexto sócio histórico e cultural, (Sandes, 2011).

  1. A Colonização da Psicologia em África

Os poetas e escritores de África, a voz da comunidade psicológica nas suposições ideológicas da disciplina, foram relativamente emudecidos. A razão mais óbvia é o facto de a Psicologia ter sido importada como um produto já feito do Ocidente. O debate sobre as regras e a orientação da Psicologia nas sociedades africanas ocorreu dentro de constrangimentos de paradigmas contemporâneos. Akin-Ogundeji (1991) lamenta o facto de a Psicologia em grande parte dos países de África (Nigéria) cingir-se ainda em pesquisas de sala de aula, principalmente interessada com os rigores de trabalho empírico, que são de pouca relevância prática para os problemas da vida na sociedade contemporânea. Os relatórios de pesquisa são muito “artificiais”, "seco", "sem sentido", ou "irrelevantes" e para serem significantes Akin-Ogundeji clama por fundamento da Psicologia africana dentro das realidades socioculturais e das experiências humanas na África.
Nsamenang citado por Holdstock (2000), diz que a Psicologia de natureza Eurocêntrica importada para África é questionável quanto a sua relevância para o continente Africano. Os métodos de pesquisa convencionais são incapazes de acessar e avaliar as perspectivas do desenvolvimento do africano. Ele problematiza a importância da cultura no desenvolvimento, e defende a contextualização no sentido de se ter uma compreensão do desenvolvimento humano em África. As metodologias de pesquisa precisam ser contextualizadas, as ferramentas de avaliação têm que ser sensíveis à cultura.  
Segundo Sandes (2011), na altura do Apartheid, na África do Sul verificaram-se divergências de opiniões quanto ao modo de exercício da Psicologia. Um grupo (o grupo dominante-brancos) defendia o uso do estado actual psicológico como ponto de partida. Outro grupo (negros) clamava por uma revisão do estado actual da Psicologia. Os que aderiam à manutenção do estado actual da Psicologia (o grupo dominante) descreveram-se como “progressivos”, “liberais”, e “políticos”. São indivíduos deste grupo que na maioria dos casos administrou psicologia nos moldes tradicionais (psicologia ocidental), e que foram acríticos sobre as políticas da disciplina durante a era de apartheid.

  1. Componentes da Personalidade Africana

Segundo Nogueira (2013:99) citando Abkar (2004), A orientação da Psicologia Africana é centrada na natureza, tomando como norma a natureza do ser humano e o funcionamento da natureza em geral, e a partir desta orientação Abkar (2004), postulou um modelo africano de personalidade humana que é significativo e universal, e se pretende livre de premissas etnocêntricas. Este modelo descreve que o ser humano manifesta a vida em diferentes planos: físico, mental e espiritual, nos quais estes planos apresentam uma unidade entre si.
Para os africanos a pessoa é vista como um espírito em sua essência, possuindo componentes físico e mental como instrumentos para o crescimento e desenvolvimento espiritual, sendo este o propósito último da existência.

5.1- O componente físico

A característica mais proeminente do organismo físico é a sua orientação para a sobrevivência, ou seja, para a manutenção da sua existência. O recém nascido responde imediatamente a fome, a sede e a dor, não sendo necessária nenhuma lição sobre "como tornar-se uma pessoa" para experimentar um prazer genuíno quando aliviamos a fome. Mesmo as formas do controle voluntário são orientadas para a preservação do corpo, como é o caso do sistema homeostático e do sistema de defesa (Abkar, 2004).
Na componente física, a doença significa a existência de processos que ameaçam a sobrevivência do organismo e o ser humano normal ou saudável é aquele que é cauteloso e protege a sua vida em todas dimensões, sendo que a dimensão física não é o objectivo maior da vida, os planos mental e espiritual são as dimensões mais elevadas da existência.

5.2- Componente mental

Segundo Nogueira (2013) citando Abkar, a inteligência ou a esfera mental é uma dimensão da vida, e que sua efectividade pode ser avaliada pelo grau em que ela preserva e perpetua a si mesma. É possível afirmar que assim como o corpo manifesta a fome precisa se alimentar (comida) para manter-se fisicamente, a mente tem uma fome paralela; a fome da mente é nutrida pelo conhecimento que traz luz, orientação, direcção, discriminação e efectividade para o ser humano, este conhecimento que alimenta e perpetua a vida é a comida da mente. Da mesma forma que o corpo, a mente é naturalmente equipada com uma fome por tal conhecimento. A curiosidade é a fome da mente.

5.3- Componente espiritual

Vários escritores da visão do mundo africana sustentam que o ser humano é intimamente ligado com a força suprema no universo através da vida espiritual, espírito este que representa o potencial humano para a perfeição desde antes do nascimento e através da essência eterna que continua após a morte. O espírito é a dimensão transcendental da pessoa que é da mesma substância do Divino (Nogueira, 2013).
A estagnação da ciência ocidental no mundo empírico esconde a maior parte das dimensões mais amplas da natureza e do ser humano. O fracasso avassalador da Psicologia para resolver a grave crise mental do mundo ocidental contemporâneo e de seus habitantes é em parte devido à sua incapacidade de reconhecer a essência espiritual do ser humano (Akbar, 2004 : 149).
Segundo Nogueira (2013 :103) citando Abkar, a concepção profunda africana é a de que os humanos são essencialmente espirituais, a sobrevivência do espírito representa a sobrevivência última do ser humano. Os planos físico e mental operam como canais para a sustentação, transmissão e crescimento da vida espiritual. É possível dizer que a vida física e a vida mental abastecem a vida espiritual, porém a vida espiritual é capaz de se manter na ausência de uma ou de ambas. O espírito também tem fome, a fome do espírito seria a fome metafísica, a fome pelo infinito, pelo transcendente e pela perfeição. O corpo tem fome de ingredientes finitos (comida, experiência sexual, reprodução ) enquanto que a mente tem fome de conhecimento, iluminação, ordem e comunicação. A vida espiritual tem fome do universal, do transcendente, fome de Deus.
  1. Teoria e Terapia na psicologia africana

Segundo Nobles (2009), na psicologia africana exige-se que se obtenha uma compreensão profunda da pessoa africana mediante a pesquisa, o estudo e o domínio do processo de iluminar o espírito ou a essência humana.
Para os africanos o entendimento africano exige a explicação dos fenómenos, bem como o funcionamento da natureza (essência) do ser humano.
Para Nobles (2009), a África e as coisas africanas devem ser examinadas e apreendidas no espaço africano e não ocidental com significados e aplicações africanas. Agir de forma contrária vai limitar o conhecimento africano e suas inspirações ao campo de visão dos instrumentos e das interpretações europeias.
  1. Interpretação dos fenómenos psicológicos em África

Nobles (2009) recomenda que as coisas africanas devem ser examinadas e apreendidas no contexto africano, pois a psicologia Ocidental não pode compreender as crenças de povos africanos.
Nobles (2009) em sua obra refere que quando se explana a respeito da psique africana, logo tende-se a procurar explicações nas abordagens psicológicas ocidentais, o que leva a se cometer erros de interpretações a respeito da como e a visão africana, ou seja, a forma como os africanos vêm o mundo. Neste sentido, a perspectiva africana não vem no sentido de descartar ou negar completamente a perspectiva ocidental, mas sim está contra o princípio negativo causado pela supremacia ocidental nas suas relações de poder e violência, dentre elas a escravidão imposta por eles à milhares de africanos durante centenas de anos, que muitas vezes levou à alienação, aprisionamento psicológico e mortes de milhões de africanos.
No entretanto para se compreender os elementos constituintes da mente africana, precisa-se ter em conta, primeiramente, a compreensão da visão que os africanos têm do mundo e os seus significados e significantes, pois é o elemento base do entendimento da concepção do que é ser, humano ou pessoa, na perspectiva africana (Nobles citado por Barros, 2011).
Neste caso, é importante que a África e os fenómenos africanos sejam examinados e apreendidos no contexto africano, ou seja, com significados, ideias e aplicações africanas. Agir de outra forma, que não se adequa ao contexto africano, significa dar primazia às abordagens ocidentais, restringindo a forma de interpretar e intervir nos fenómenos africanos e anular o conhecimento do povo africano (Nobles, 2009). Contudo, é inevitável o uso da psicologia ocidental, na medida em que ela fornece métodos e técnicas cientificamente consagrados para a interpretação e intervenção dos fenómenos psicológicos, independentemente da sua origem, sendo apenas importante a sua contextualização.

Com o advento da globalização, que resultou na fusão de culturas, conhecimentos, economia, política, arte, através dos mídia, o povo africano (nós), tendem a perder cada vez mais a sua identidade, passando maioritariamente a se identificar como o outro. Apesar de a globalização ter seus aspectos positivos, como expansão do conhecimento científico, desenvolvimento económico, troca de experiência e intercâmbio cultural, ela põe em causa as manifestações culturais de alguns países da periferia, particularmente os países africanos
A psicologia Africana nasceu para explicar os fenómenos que a Psicologia ocidental esta limitada, pois a psicologia negra (sakhu sheti) exige que se respeite a particularidade das diferentes experiências históricas dos africanos em diferentes épocas e lugares (Nobles, 2009).
  1. Desafios da actuação da Psicologia em África

  • A falta de espaço para actuação do psicólogo em África;
  • Elaborar teorias Africanas e compreender os fenómenos com base na étnica ou cultura;
  • Elaborar teorias que compreendam a influência dos factores culturais, étnicos, educacionais na vida do sujeito africano;
  • A psicologia tem que compreender o Africano no seu território;
  • Aceitações do próprio psicólogo, porque ainda se têm em mente que o psicólogo apenas se limita ao tratamento das perturbações mentais, e não das outras diversas áreas do saber como saúde e bem-estar, cultura, educação, comportamento organizacional, comportamento social etc.
  • As metodologias de pesquisa precisam de ser contextualizadas a realidade africana;
  • As ferramentas de avaliação e de estudo têm que ser sensíveis á cultura estudada.
  1. Relação do Tema com a Cadeira

Observa-se que a perspectiva Africana aborda tanto os aspectos físicos da pessoa, quanto os aspectos espirituais, psíquicos e comportamentais.
Os fenómenos psicológicos em África devem ser vistos não só do ponto de vista do Ocidente, mas também do ponto de vista sociocultural africano, pois quando se interpreta os fenómenos psicológicos africanos deve se ter em conta a influência de variáveis tais como a cultura, crenças, valores, a família e o ambiente. Assim, torna-se necessário ver o individuo de forma holística, como um todo e não como a soma das suas partes.
A ideia dada não é para ignorar a psicologia ocidental, mas sim não tomá-la como a única perspectiva possível de interpretar de forma válida os fenómenos psicológicos africanos. É recomendável que se olhe para a cultura do individuo, pois, é com base nas suas crenças, nos seus valores, na sua tradição e religião que este interpreta e gere os seus sentimentos, pensamentos e emoções. Por exemplo, na cultura africana considera-se que a saúde é o bem-estar bio-psico-sócio-espiritual do indivíduo, pois o Homem africano é antes de mais um ser espiritual e é com base na noção que ele tem da sua espiritualidade que compreende a si, a vida e a morte. A tradição africana (rituais, curandeirismo e a divindade) não deve ser vista como uma prática tradicional remota, fechada e ultrapassada, mas sim como uma resposta dos nossos dias que ajuda as pessoas a enfrentar os desafios do dia-à-dia por intermédio dos seus ente-queridos.
Há uma necessidade de se abordar este tema na cadeirade Perspectivas africanas dos fenómenos psicológicos, pois na actualidade não basta só interpretar os fenómenos psicológicos baseando-se apenas nas teorias ocidentais, e sim devemos ter em conta a cultura em que o indivíduo está inserido.


  1. Conclusão

Em jeito de conclusão é pertinente referir que a psicologia como ciência surgiu no ocidente trazendo consigo suas teorias, técnicas, instrumentos e métodos de intervenção colidindo assim com a psicologia africana. Trata-se de duas perspectivas da psicologia, a ocidental e a africana.

Assim, é quase impossível intervir os aspectos psicológicos africanos sem ter em conta a sua cultura, modo de vivência, seus hábitos e costumes, ou seja, será impossível intervir na psicologia africana sem ter em conta o seu contexto sociocultural.

Com a globalização, que resultou na fusão de culturas, conhecimentos, economia, política, arte, através dos mídia, o povo africano (nós), tendem a perder cada vez mais a sua identidade, passando maioritariamente a se identificar como o outro e é o desafio do psicólogo despertar a sociedade a buscar aspectos positivos, como expansão do conhecimento científico, desenvolvimento económico, troca de experiência e intercâmbio cultural, pois esta põe em causa as manifestações culturais de alguns países da periferia, particularmente os países africanos.
Os africanos diferentemente dos europeus sempre valorizaram as relações humanas. O homem é visto pelo africano como a coisa mais importante, o homem africano é essencialmente colectivista, espiritual e religioso, não sendo necessariamente no acto de frequentar uma igreja ou um dogma religioso, eles o são no sentido de honrar o que representa uma preocupação da humanidade.

Deste modo, todas práticas de psicologia ocidental quando usadas em culturas africanas devem ser contextualizadas no sentido de adequá-las à realidade do povo africano.

11- Fonte

Sabune, A. (2011). Psicologia Perspetiva Eurocentrica e Afrocentrica. acessado a 07 de Março de 2017, disponivel em pepsic. busalud.org/scielo.php?scripf.
Anonimato(2015). Psicologia africana. acessado a 28 de Fevereiro de 2017, disponivel em http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Psicologia-Africana/72119812.html.
Nogueira, S.G.(2013), Psicologia Critica Africana e descolonização da vida prática da capoeira Angola. Brasil: São Paulo acessado a 28 de Fevereiro de 2017, disponível em http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=15996
Sandes, E (s.d). Olhos do Psicólogo. São Paulo. acessado a 03 de Março de 2017, disponivel em http://eliassantaylor85.blogspot.com/2011/03/reexaminando-psicologia-uma-perspectiva.html Postado por Elias Ricardo Sande .
Sabune, A (2011). Psicologia: Prespectiva Eurocênctrica e Africocêntrica. Acessado a 03 de Março de 2017,disponível em: http://anicetosabune.blogspot.com/2011/06/psicologia-perspectiva-eurocentrica-e.html

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